DEPARTAMENTOS

LGBTQIA+

Coordenadores


Dr. Mauro Barbosa Jr

COORDENADOR

Fisioterapeuta

Mestre em ciências – urologia
Especialista em Fisioterapia Pélvica


Dr. André Marquez Cunha

VICE COORDENADOR

Médico sexólogo e ginecologista.
Formado em medicina na UFG.
Residência médica em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Estadual de São Paulo.
Mestrado e doutorado na Unifesp. Pós graduação em sexualidade humana e em terapia sexual pela USP.

Coordenadores


Dr. Mauro Barbosa Jr

COORDENADOR

Fisioterapeuta

Mestre em ciências – urologia
Especialista em Fisioterapia Pélvica


Dr. André Marquez Cunha

VICE COORDENADOR

Médico sexólogo e ginecologista.
Formado em medicina na UFG.
Residência médica em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Estadual de São Paulo.
Mestrado e doutorado na Unifesp. Pós graduação em sexualidade humana e em terapia sexual pela USP.

Membros

Dr. Sergio Henrique Pires Okano
Dra. Luana Flausino Melo da Silva
Dra. Francine de Oliveira Fischer Sgrott
Dra. Ana Paula Beck
Dr. Ademir Lopes Junior
Dra. Elaine Maria Frade Costa
Dr. Marcelo Praxedes Monteiro Filho
Dra. Clara Pinheiro Assaf Correa
Dr. Rodrigo Torres Carvalho de Sousa

LGBTQIA+

O Departamento LGBTQIA+ é composto por profissionais de saúde de diferentes áreas com o objetivo de englobar e transmitir conhecimento sobre os temas relativos à saúde sexual da população com diversidade de gênero e orientação sexual e pessoas com Diferenças do Desenvolvimento Sexual. Este departamento reitera a importância da interdisciplinaridade na abordagem dos diversos aspectos sociais, clínicos, psicológicos e cirúrgicos da diversidade sexual humana.

Segmentamos o departamento em quatro subgrupos de estudos com o intuito promover e facilitar as atividades. Será tarefa de cada subgrupo esclarecer as terminologias adotadas com a finalidade de minimizar dúvidas aos que não são familiarizados com o tema.

Subgrupos:

1. “LGB” trará, entre outros, assuntos referentes a saúde sexual das mulheres lésbicas, dos homens gays e das pessoas bissexuais.

2. “Trans” irá abarcar estudos sobre o desenvolvimento e definições de gênero, indicações e contraindicações da terapia com hormônios (hormonização), aspectos relacionados aos procedimentos cirúrgicos de afirmação de gênero como: as expectativas e a realidade das reconstruções genitais.

3. “Intersexuais” abordará temas da saúde sexual das pessoas com diferenças no desenvolvimento sexual – DDS, que podem conduzir a uma genitália não definida para o sexo masculino ou feminino. Também serão contemplados os recursos terapêuticos disponíveis - como o uso de hormônios e abordagens cirúrgicas, além dos cuidados clínicos indispensáveis a esse grupo de indivíduos.

4. “Queer +” irá abarcar as questões de saúde sexual das pessoas que se identificam com outro(s) gênero(s) onde o binarismo (homem ou mulher) não se aplica. Além disso, este subgrupo, abrangerá as questões de saúde sexual das pessoas que não sentem atração sexual (assexuais), assim como dos que sentem atração sexual independente do gênero da pessoa.

FAQ

Perguntas e respostas


É a sigla oficial usada para diversidade sexual e de gênero, (o termo inclui os indivíduos que não se referem como heterossexuais ou cisgênero). A seguir, o significado de cada letra da sigla:

L: lésbicas (mulheres que sentem atração sexual e/ou romântica por outras mulheres)

G: gays (homens que sentem atração sexual e/ou romântica por outros homens)

B: bissexuais (pessoas que sentem atração sexual e/ou romântica por homens e mulheres)

T: transgênero, transexual e travestis (abraça o grupo de indivíduos que sentem que sua identidade de gênero é diferente daquela atribuída ao nascimento).

Q: queer (termo empregado para aqueles que não se identificam com os padrões associados a cisheteronormatividade).

I: intersexo (palavra usada para aqueles que apresentam diferenças no desenvolvimento sexual, ou seja, pessoas que nascem com características que não podem ser atribuídas totalmente ao feminino ou masculino).

A: assexuais (termo usado para as pessoas que não sentem atração sexual por outras).

+: este símbolo é empregado para representar a inclusão de outras variações da orientação sexual ou gênero, por exemplo: demissexual (pessoa que manifesta atração sexual quando há envolvimento emocional com outra pessoa), pansexual (pessoa que sente atração sexual e/ou emocional por outra, independentemente de sua identidade de gênero ou sexo), agênero (pessoa cuja identidade de gênero é nula – nenhuma), e assim por diante.

Para melhor responder essa pergunta, precisamos lembrar alguns conceitos:

Gênero: termo genérico para designar – homem e mulher, ou outra condição diferente das anteriores.

Sexo: características que distinguem masculinidade ou feminilidade biológica. Eles podem incluir os genes determinantes do sexo, os cromossomos sexuais, as gônadas, os hormônios sexuais, a genitália interna e externa e as características sexuais secundárias.

Gênero atribuído ao nascimento: refere-se à designação inicial como menino/homem ou menina/mulher, que corresponde ao sexo (masculino ou feminino).

Identidade de gênero: senso/percepção interna do gênero de uma pessoa.

Cisgênero (cis): termo usado para aqueles que sentem que sua identidade de gênero corresponde ao gênero atribuído ao nascimento.

Orientação sexual: atração física e/ou emocional de um indivíduo por outra pessoa.

Portanto, a cisheteronormatividade enxerga como modelo da sociedade as pessoas cisgênero (cuja identidade de gênero corresponde ao gênero atribuído ao nascimento: menino/homem ou menina/mulher) e com orientação heterossexual (atração sexual e/ou emocional por pessoas do outro gênero atribuído ao nascimento). Ao refletirmos nesse modelo binário, podem surgir várias questões:

i) e as pessoas que apresentam diferenças no desenvolvimento sexual e por conseguinte o sexo não é tipicamente masculino ou feminino?;

ii) e as pessoas que sentem/percebem que sua identidade de gênero é diferente do gênero atribuído ao nascimento?;

iii) e as pessoas que sentem atração sexual e/ou romântica por pessoas do mesmo gênero atribuído ao nascimento?;

iv) e os que sentem atração sexual e/ou emocional por ambos os gêneros?; vi) e os que não sentem atração sexual?; etc.

Gênero-binário é uma expressão habitualmente usada para designar circunstâncias que correspondem ao padrão social cisgênero (pessoas que se identificam com o gênero atribuído ao nascimento); em outras palavras, com as possibilidades binárias:

a) menino/homem ou b) menina/mulher.

Gênero não-binário é um termo genérico que descreve aqueles que sentem que sua identidade de gênero está fora ou entre identidades masculinas e femininas, como uma pessoa que pode experimentar ambas as identidades ou para quem não experimenta nenhuma.

Gênero não-conforme escreve indivíduos cuja identidade de gênero, papel ou expressão difere do que é esperado para os gêneros socialmente aceitos (geralmente, homem ou mulher) em uma determinada cultura e determinado tempo.

Portanto, os limites entre as identidades de gênero podem se sobrepor.

Tem-se observado a ampliação da compreensão pela sociedade que a identidade de gênero não é somente binária (menino/homem ou menina/mulher). Assim como, outro conceito que vem sendo incorporado socialmente é o de gênero-fluido, ou seja, para aqueles que não se identificam com uma única identidade de gênero ou que a percepção da identidade de gênero varia ao longo da vida dessa pessoa.

Sim, diversos estudos apontam que as pessoas com diversidade de gênero e/ou orientação sexual experenciam desigualdades em diversos aspectos de saúde quando comparadas a população em geral. De maneira geral observam-se maiores índices de depressão, ansiedade e uso de substâncias psicoativas (como álcool e drogas ilícitas) na população LGBT+, e esses índices tornam-se ainda mais preocupantes na população transgênero, que também apresentam taxas mais elevadas de ideação suicida, suicídio e/ou autolesões não suicidas. Por isso é primordial que os profissionais de saúde se familiarizem com a gama de opções e recursos terapêuticos disponíveis para melhor assistirem e cuidarem dessa população.

Procedimentos de afirmação de gênero são tratamentos por meio de hormônios e/ou cirurgias que pessoas com diversidade de gênero podem acessar, com a finalidade de afirmarem características físicas ao gênero que se identificam. Por exemplo: uso de hormônios sexuais masculinos por homens transgênero, cirurgia genital/neovulvovaginoplastia para mulheres trans.

Vale lembrar que nem todas as pessoas com diversidade de gênero sentirão a necessidade de tratamentos de afirmação de gênero.

A Resolução 2.265/2019 do Conselho Federal de Medicina (CFM) ao comentar sobre as ações e condutas realizadas por profissionais médicos nos serviços de saúde públicos e privados, às pessoas com incongruência de gênero ou transgênero, incluindo-se nesse grupo transexuais, travestis e outras expressões identitárias relacionadas a diversidade de gênero esclarece:

a) que é vedada a realização de procedimentos cirúrgicos de afirmação de gênero antes dos 18 anos de idade;

b) a terapia com uso de hormônios sexuais pode ser administrada a partir dos 18 anos de idade, bem como ser iniciada em adolescentes a partir dos 16 anos de idade, com anuência do adolescente e do seu responsável legal.

São indicados os procedimentos cirúrgicos para afirmação de gênero para as pessoas com incongruência de gênero e que não se sentem confortáveis ou que tenham sofrimento com a aparência do seu corpo. Para melhor promover os cuidados às pessoas transgêneros, o Conselho Federal de Medicina publicou a resolução do nº 2265 em 20 de setembro de 2019 onde regulamenta a atenção médica especializada. Nesta resolução constam:

Art. 11. ... é vedada a realização de procedimentos cirúrgicos de afirmação de gênero antes dos 18 (dezoito) anos de idade.

§ 1º Os procedimentos cirúrgicos de que trata esta Resolução só poderão ser realizados após acompanhamento prévio mínimo de 1 (um) ano por equipe multiprofissional e interdisciplinar.

§ 2º É vedada a realização de procedimentos hormonais e cirúrgicos, descritos nesta Resolução, em pessoas com diagnóstico de transtornos mentais que os contraindiquem.

As cirurgias para afirmação de gênero têm como objetivo promover melhor qualidade de vida, bem-estar emocional e grande satisfação pessoal.

No homem transexual os procedimentos realizados são a retirada das mamas, do útero, dos ovários e da vagina. Como última etapa temos a masculinização da genitália externa com a confecção de um pênis (Neofalos) e escrotoplastia com colocação de próteses testiculares.

Para a confecção de um pênis temos dois tipos de cirurgias: a metoidioplastia e a neofaloplastia com o uso de retalhos cutâneos.

A metoidioplastia, nome derivado da síntese dos termos gregos Meta (em direção a) e Oidion (genitália masculina), é uma das opções cirúrgicas para a masculinização da genitália externa do homem transexual, que consiste basicamente na confecção de um pênis estéticamente aceitável a partir do clitóris hipertrofiado pelo uso prévio do hormônio masculino, com o qual o paciente terá sensibilidade erógena preservada, além da possibilidade de atividade sexual com eventual penetração (dependendo do comprimento fálico obtido) e de micção na posição em pé. Com esta técnica habitualmente temos uma genitália externa com aspecto masculino, porém com uma desproporção entre o tamanho do paciente e do neofalos.

A neofaloplastia utiliza retalhos de pele e gordura de outras partes do corpo (antebraço, abdômen, tronco, pernas, entre outros) que serão utilizados para confeccionar uma estrutura tubular, com aspecto de um pênis. Esta estrutura não tem a capacidade de ereção e nem sempre tem sensibilidade. A genitália fica com aparência masculina, pênis com tamanho e diâmetros de um homem adulto. Para ter atividade sexual com penetração é necessária a colocação de próteses penianas na estrutura tubular peniana, porém estas somente podem ser colocadas se existir sensibilidade no neofalos, caso contrário, existem riscos de traumas e perda das próteses.

As cirurgias para afirmação do gênero feminino englobam as cirurgias de face, colocação de próteses mamárias, cirurgias das cordas vocais, retirada do pomo de adão e a genitoplastia feminizante. São várias especialidades cirúrgicas envolvidas que tem como objetivo proporcionar melhor qualidade de vida e o bem-estar das mulheres trans que não se sentem confortáveis com o seu corpo.

A genitoplastia feminizante consiste na confecção de uma neovagina, de um clitóris e de pequenos e grandes lábios. Diferentes técnicas cirúrgicas são descritas na literatura para a neovaginoplastia, em 1938 a primeira cirurgia utilizou enxerto de pele não genital, seguido pelo uso de pele peniana, enxertos intestinais, enxertos peritoneais, mais recentemente enxerto de mucosa oral e matrizes acelulares. A melhor abordagem não é consenso pela falta de grandes estudos comparativos. Independentemente do método de reconstrução, os objetivos permanecem os mesmos: criar uma vagina e vulva funcional e esteticamente aceitável, com função miccional normal e função sexual satisfatória.

Atualmente, a técnica mais difundida para a construção do canal vaginal é a "técnica de inversão peniana". Inicialmente era realizada colocando a glande no fundo da vagina, pois acreditava-se que daria maior sensibilidade. Hoje a glande é utilizada na confecção de um neoclitoris com aspecto mais feminino e mantendo boa sensibilidade.

Durante o desenvolvimento sexual habitual temos a interação de genes, hormônios e seus receptores que determinam o desenvolvimento de um indivíduo para o sexo masculino ou feminino. Quando temos uma condição atípica nas etapas do desenvolvimento sexual, seja nos genes, nos ovários ou nos testículos ou na genitália, chamamos de diferenças no desenvolvimento sexual ou intersexo.

Nos dois primeiros meses de vida não é possível afirmar se o feto é do sexo masculino ou feminino. No início do terceiro mês os órgãos reprodutivos começam a se diferenciar. Quando o desenvolvimento sexual é modificado pode acontecer a alteração na aparência dos genitais, que pode ser observada no nascimento ou mesmo em outros momentos da vida de uma pessoa, como a puberdade ou até mesmo na vida adulta

A alteração no desenvolvimento genital é causada por uma virilização incompleta dos genitais masculinos ou por uma virilização inadequada dos genitais femininos. Várias são as causas que levam a estas condições, entre elas, algumas que levam a risco de vida como no caso da Hiperplasia Adrenal Congênita onde um bebe pode morrer por desidratação se o diagnóstico não for feito prontamente. (Adaptação do Material elaborado na Divisão de Endocrinologia do Hospital das Clínicas e na disciplina de Endocrinologia da FMUSP Autores: Profa. Berenice B. Mendonça / Ana Fukui/ Carolina Reis Gaudêncio)

Quando o bebê nasce com uma alteração no desenvolvimento dos genitais, a equipe médica da maternidade, por não ser especializada, muitas vezes não pode afirmar qual alteração que o bebê tem. Mas certamente serão capazes de fazer testes iniciais para diagnóstico e encaminhar para um centro especializado.

A atipia genital é rara 1:4500 nascimentos, mas trazem um grande dilema que é a atribuição do sexo do bebê ao nascimento, e podem apresentar risco de vida quando a causa for a hiperplasia adrenal congênita.

Em primeiro lugar devemos mostrar tranqüilidade e segurança aos pais, orientar quanto as causas que podem ter levado a atipia genital, explicar resumidamente os princípios do desenvolvimento sexual e os possíveis diagnósticos. Não definir o sexo antes de uma investigação adequada. O diagnóstico nem sempre é possível logo ao nascimento, mas testes rápidos com estudo hormonal e de genes podem direcionar a melhor definição do sexo nos primeiros dias de nascimento. Para a definição do sexo deve ser levado em conta o diagnóstico, a aparência da genitália externa, as opções cirúrgicas, necessidade de reposição hormonal, fertilidade e a opinião dos pais. Esta última é soberana à todas as anteriores e deve ser baseada em todos os esclarecimentos fornecidos pela equipe multidisciplinar.

A atuação de uma equipe especializada multidisciplinar e interdisciplinar é fundamental para a melhor abordagem do paciente e seus familiares. As equipes da pediatria, da psicologia, da endocrinologia, da cirurgia, da enfermagem, da assistência social, todas devem estar em contato para que sejam congruentes em suas orientações e não causar insegurança aos pais.

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