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Disfunção sexual masculina
Membros
Membros patronos:
Dr. Francisco Ricardo Nogueira Azevedo Coutinho Dr. Carlos Theodósio da RosDisfunção sexual masculina
O Departamento de Disfunções Sexuais Masculinas (DSM) da ABEMSS visa discutir e estudar a saúde sexual masculina e os distúrbios biopsicossociais que podem interferir nesse pilar da vida do homem. A ampla abordagem do tema é amparada pela interação multiprofissional de psicólogos, médicos, terapeutas sexuais e fisioterapeutas membros da ABEMSS.
Os acadêmicos e profissionais de saúde encontram no departamento de DSM suporte teórico, prático e espaço para desenvolvimento de habilidades específicas ao tema. Compartilhamento de estudos científicos relevantes, produção de textos e artigos próprios da ABEMSS, interação por lives, webinars, grupos de discussão com especialistas de renome nacional e outras mídias são realizadas com periodicidade pelo departamento. O espaço exclusivo aos membros da ABEMSS no site da Associação é dedicado a centralizar as atividades virtuais.
Já os pacientes e público geral encontram nas produções de textos e audiovisuais informação de qualidade, baseada nas principais referências em saúde sexual masculina. No site da ABEMSS é possível interagir e encontrar profissionais na sua região do Brasil que aborde disfunções sexuais masculinas.
Diversos fatores físicos, psicológicos, estruturais e sociais são responsáveis pela construção manutenção da saúde sexual masculina. O maior conhecimento e envolvimento das pessoas em torno da melhoria na qualidade de vida, longevidade e busca do bem-estar deram um salto na importância de se abordar a sexualidade no nosso cotidiano.
Entendendo toda dinâmica multifatorial que envolve as disfunções sexuais, o departamento de DSM aborda as diversas alterações encontradas nas fases do ciclo de resposta sexual do homem, tais como:
- Fase de desejo: alterações de libido;
- Fase de excitação: disfunção erétil;
- Orgasmo: ejaculação precoce, anorgasmia.
Muitos são educados sob a concepção de que o homem deve sempre estar pronto para uma relação, não importando a hora nem o lugar. E perder a ereção pode é um atestado de falha. A consequência desse processo vem através do sentimento de ansiedade, medo e perda da autoconfiança para os próximos encontros com a parceria.
Numa eventual falha ou perda de ereção são fundamentais o relaxamento e a concentração na sexualidade da parceria como seu corpo, posição sexual e fantasias. A ênfase nas preliminares e na troca de carícias vão ajudar a diminuir a ansiedade e tensão.
Um boa noite de sexo traz benefícios além do que se imagina. Além do prazer e do relaxamento físico, a prática constante do sexo pode:
- Combater o estresse;
- Aumentar a imunidade;
- Melhorar a circulação sanguínea;
- Regular a produção hormonal;
- Evitar doenças de origem física ou emocional.
Os efeitos começam logo nas preliminares: assim que o estímulo sexual chega ao cérebro é desencadeada uma sequência de reações químicas que fazem com que o coração bata mais rápido e o sangue circule por todo o organismo. Até a dor de cabeça, uma das principais desculpas para se evitar o sexo, pode ser curada.
Durante a excitação e o orgasmo, o cérebro é inundado pela endorfina, substância cujo efeito analgésico e tranquilizante pode fazer a dores desaparecerem.
A excitação e a qualidade da ereção dependem de muitas dimensões, tanto físicas como mentais. Conseguir uma boa ereção depende de:
- Estado de excitação no momento da relação sexual;
- Grau de relaxamento, isto é, estado de tensão emocional;
- Nível de ansiedade pela expectativa pelo desempenho sexual;
- Disposição física do dia;
- Entrosamento do casal;
- Qualidade e quantidade de carícias proporcionada pela parceria.
A outra parte envolvida tem sim um papel fundamental para reverter esse quadro. Perder a ereção deve ser sinônimo de inferioridade do homem. Relaxamento, tempo e estimulação sensorial podem ajudar a contornar o problema e retomar o sexo.
Caso o problema se torne recorrente e pior, a parceria deve apoiar e incentivar o homem a procurar um profissional habilitado em saúde sexual. Há situações em que só em desabafar com o profissional que tem sensibilidade, conhecimento pode ser de grande valia. A simples noção de segurança de que esta situação pode ser tratável e reversível já colabora para uma melhora do quadro.
A saúde sexual é um ramo de estudo multiprofissional com foco na sexualidade humana e suas desordens relacionadas.
A saúde sexual abrange a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e reabilitação de condições ou doenças que envolvam a função sexual, sejam elas físicas, psicológicas, sociais ou um conjunto delas. E por tratar de um tema multidimensional, a saúde sexual envolve profissionais de saúde de diversas áreas, tais como:
- Psicólogos;
- Médicos;
- Fisioterapeutas.
Todos eles vão abordar conjuntamente experiências e comportamentos sexuais do homem e da parceria, identidade sexual, traumas, experiências sexuais e suas repercussões. É fundamental relevar as dimensões individuais e do casal por meio de conhecimento e aplicação de métodos médicos, psicológicos, fisioterápicos e de ciência social.
A ansiedade, tão comum na sociedade atual, interfere não só na função sexual, mas na qualidade de vida como um todo. Disfunção erétil e queda de libido em adultos jovens têm a ansiedade e outros distúrbios psicológicos como fator causal chave. O temor e a ansiedade do insucesso ou fracasso sexual são responsáveis pelas falhas na cama, caracterizando a chamada ansiedade de desempenho. É fundamental que esse foco de ansiedade seja identificado e tratado.
Os fatores estressantes podem estar relacionados a conflitos pessoais, conjugais ou sociais, como problemas de ordem profissional, financeiros, afastamento do casal e distúrbios tais como o alcoolismo, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças da próstata.
A falta de uma boa conversa, o isolamento, a vergonha de falar dos problemas sexuais, constituem nas maiores barreiras que levam a frustração e a infelicidade na vida a dois.
Observa-se na sociedade atual uma crescente busca do medicamento para emagrecer, da pílula para relaxar e dormir bem, do composto comprado para ganhar vitalidade e bem-estar. Resumindo, uma procura pela terceirização da resolução dos nossos problemas. Só que na maioria das vezes as curas não estão no balcão da farmácia, mas no esforço e dedicação pessoal para melhorar os hábitos e dinâmica de vida. Um diálogo franco ainda é um grande remédio. Mas requere esforço, dedicação e abertura do casal.
O apoio e a solidariedade mútuos estimulam e encorajam a superar as dificuldades em todos os setores da vida, inclusive o sexual. Contudo nem sempre esse problema é capaz de ser solucionado sozinho ou a dois. Cabe então buscar o apoio de um profissional capacitado e especializado em saúde sexual para auxiliar.
A parceria exerce papel central frente ao homem com dificuldades sexuais. Atualmente quase 40% dos homens que procuram tratamento para disfunção sexual têm apoio e envolvimento da parceira. Problemas sexuais do repercutem na vida afetiva e sexual da parceria, que com o tempo, se mostra indisposta para o sexo ou com dificuldade de atingir o prazer, diferentemente de antes.
Começam a surgir barreiras entre os dois. Os problemas sexuais, quando não resolvidos são fontes de frustrações na vida conjugal e motivo de brigas, afastamento e separações.
Triglicérides e colesterol exercem fundamental ação no nosso organismo. Eles compõem as paredes das nossas células e são matéria prima para fabricação de testosterona, por exemplo. O problema surge com a elevação das gorduras (lipídeos) circulantes, pois elevam o risco de formação de placas ateromatosas que entopem vasos de todo o organismo. E o pênis não fica de fora desse processo, já que a ereção ocorre graças ao aumento da circulação sanguínea para o interior do órgão sexual.
O processo é tão notável na circulação peniana que a disfunção erétil é definida atualmente como um marcador de risco para eventos coronarianos, tais como angina e infarto agudo do miocárdio, já que as artérias penianas, com menor calibre, podem entupir antes das artérias do coração.
A obesidade é sabidamente um fator de risco multifatorial para o surgimento de disfunção erétil. O obeso tem maior risco de desenvolver a disfunção erétil orgânica, pois com frequência apresenta a associação de colesterol elevado, pressão alta e diabetes: todas elas danosas ao ciclo de resposta sexual do homem
.O intercurso sexual não deixa de ser uma atividade física. A obesidade prejudica a performance cardiorrespiratória e a resistência ao esforço, dificultando a dinâmica durante o sexo. Ressalta-se ainda que obesos têm níveis reduzidos de testosterona, sendo essa relação inversamente proporcional ao aumento de peso. A libido pode ser afetada pela queda no hormônio.
A disfunção de ordem psicogênica costuma estar associada, pois a autoestima do obeso é baixa pela sua aparência, limitação física, falta de mobilidade e pela gordura pélvica e abdominal ocultar o tamanho do pênis.
Faz parte do envelhecimento normal a vida sexual presentar mudanças em sua dinâmica. A resposta peniana pode levar mais tempo e necessitar de mais estímulos, sobretudo táteis. Este estágio implica em uma participação mais ativa da parceria nas preliminares. Leva-se um tempo maior para atingir o orgasmo. Já o ejaculado pode sofrer redução da força e do volume, geralmente consequência da elevação do volume da próstata.
O tempo de latência, isto é, o intervalo para conseguir uma nova ereção após a relação fica maior ou não acontece nova ereção. Já as ereções espontâneas noturnas ou matinais também diminuem em intensidade e frequência.
Estas alterações qualitativas da ereção geralmente não se acompanham necessariamente de uma diminuição do desejo sexual. Mas quando a libido, ou desejo sexual diminuem, podem ter como uma das causas a redução dos níveis de testosterona disponíveis.
Todas essas mudanças não devem ser entendidas como sinais para o fim das atividades sexuais. Devem ser encaradas como um processo normal do envelhecimento do homem e aspectos como qualidade e satisfação devem ser priorizados nessa nova fase de vida.
A atividade sexual envolve uma complexa e interligada rede neurológica que abrange:
- Resposta do sistema nervoso central a estímulos visuais, olfativos e auditivos;
- Sensibilidade peniana e corporal (a sexualidade não deve se restringir ao pênis);
- Transmissão dos estímulos pela medula espinal pelas duas vias: ascendente e descente.
Traumas raquimedulares, acidentes vasculares encefálicos (ou AVCs), doenças degenerativas, como esclerose múltipla, doença de Parkinson e outras afetam a capacidade de atingir a ereção e de chegar ao orgasmo. As restrições sensitivas, cognitivas e motoras decorrentes são fatores que se sobrepõem negativamente na função sexual do homem acometido.
A boa saúde sexual é simplesmente um reflexo de uma boa saúde geral. É sabido que isso demanda disciplina e cuidados constantes como:
- Alimentação saudável;
- Sono adequado;
- Prática regular de exercícios físicos;
- Controle do estresse;
- Prevenção de doenças crônicas associadas;
- Evitar tabagismo e etilismo;
- Dedicação para boa relação conjugal;
- Atitude positiva em relação ao sexo.
A sexualidade nos acompanha desde o nosso nascimento e por isso deve ser lidada pelos pais e cuidadores da forma mais natural possível. É importante ressaltar que educação sexual não significa erotizar o tema e induzir a criança a um comportamento não compatível com a idade. E essas informações devem ser transmitidas de acordo com a demanda e solicitação da criança. O conhecimento do corpo não deve omitir aspectos reprodutivos e sexuais, claramente obedecendo a valores educacionais, sociais e familiares.
A educação sexual pode ajudar meninos a identificar e evitar situações de abuso sexual, ao reconhecer, por exemplo, um contato inadequado de um adulto ou criança mais velha em seus genitais.