Novembro além do Azul

Você sabia que a vulnerabilidade, falta de informação e acesso ao serviço de saúde, bem como atendimentos qualificados voltados às pessoas LGBTQIA+, pode favorecer o surgimento do câncer causado pelo HPV nessa população?

? De acordo com a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, nas mulheres lésbicas e bissexuais a cobertura é cerca de 20% menor para a detecção precoce de câncer de colo de útero, através do exame papanicolau, quando comparado com mulheres heterossexuais.

? A mesma política não apresenta qualquer dado sobre a detecção precoce em pessoas com práticas sexuais não heteronormativas (pênis/vagina). A ausência de políticas públicas faz com as pessoas com práticas de sexo anal e oral, por exemplo, acabem não passando por cuidados preventivos sobre o câncer causado pelo HPV.

? O HPV pode acometer não só o colo do útero, mas pênis, ânus e garganta. Porém também pode ser transmitido com contato manual com as mucosas vaginal, glande, anal e oral, uma vez que haja lesão ativa. Dispositivos sexuais, como dildos e vibradores, compartilhados, também podem ser uma via de transmissão.

? Por ser uma Infecção Sexualmente Transmissível (hoje chamamos de IST a antiga DST), a infecção causada pelo HPV, pode ser porta aberta para demais infecções como HIV, por exemplo.

? Então, para ter uma prática sexual prazerosa e segura (SIM, ESTA COMBINAÇÃO PODE EXISTIR!), atente-se a alguns cuidados importantes:

• Se tiver acesso, vacine-se contra o HPV! No SUS a vacinação acontece somente para adolescentes, porém em clínicas privadas de vacinação você pode conseguir se vacinar até contra 9 tipos de HPV;
• O uso do preservativo para sexo vaginal, anal e oral ainda é um dos maiores aliados para práticas sexuais seguras, protegendo não só contra o HPV, mas também demais IST e a gravidez indesejada;
• Testes rápidos para sífilis, hepatite A e HIV são ferramentas importantes para um cuidado integral à saúde sexual, faça-os regularmente;
• Métodos de prevenção combinadas aumentam a eficácia preventiva, então a associação de vacina, com preservativo e testagens provêem maior segurança;
• Na genitália biologicamente masculina a lesão pode não estar aparente, o que não quer dizer que não se deve tomar os devidos cuidados acima referidos. Neste caso, a peniscopia pode ser um exame importante para detecção precoce do HPV no pênis.
• Não compartilhe dispositivos sexuais, eles devem ser de uso pessoal;
• E mesmo seguindo todas essas orientações, se você pratica sexo penetrativo, seja vaginal, anal ou oral, busque por acompanhamento para detecção precoce do HPV.

? Autor: Dr. Mauro Barbosa Jr (@maurobarbosajr_fisio), coordenador do departamente LGBTQIA da ABEMSS

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