Técnicas cirúrgicas de afirmação de gênero feminino

As cirurgias de afirmação de gênero feminino são procedimentos que englobam uma variedade de intervenções cirúrgicas com o objetivo de proporcionar maior qualidade de vida e bem-estar às mulheres trans que desejam adequar seus corpos à identidade de gênero feminina. Esses procedimentos abrangem diferentes especialidades cirúrgicas e visam ajudar as mulheres trans a se sentirem mais confortáveis e confiantes em seus corpos.

Uma das cirurgias mais relevantes nesse processo é a genitoplastia feminizante, que envolve a criação de uma neovagina, clitóris e lábios vaginais. Existem várias técnicas cirúrgicas descritas na literatura para a construção da neovagina. A primeira cirurgia, realizada em 1938, utilizou enxertos de pele não genital. Ao longo do tempo, foram desenvolvidas técnicas que utilizam enxertos de pele peniana, intestinais, peritoneais, além de enxertos de mucosa oral e matrizes acelulares. No entanto, devido à falta de estudos comparativos em grande escala, ainda não há um consenso sobre a melhor abordagem a ser adotada.

Independente do método de reconstrução escolhido, os objetivos da genitoplastia feminizante permanecem os mesmos: criar uma vagina e vulva funcional e esteticamente aceitável, com uma função urinária normal e uma função sexual satisfatória.

Atualmente, a técnica mais difundida para a construção do canal vaginal é conhecida como “técnica de inversão peniana”. Anteriormente, a glande era colocada no fundo da vagina, acreditando-se que isso proporcionaria maior sensibilidade. No entanto, atualmente, a glande é utilizada para a construção de um neoclitóris com uma aparência mais feminina, preservando uma boa sensibilidade.

É importante ressaltar que as cirurgias de afirmação de gênero feminino são procedimentos complexos e delicados, que devem ser realizados por equipes médicas especializadas, com experiência nesse tipo de intervenção. Além disso, é fundamental que a pessoa interessada passe por um processo de acompanhamento e avaliação multidisciplinar, que inclua profissionais de saúde mental, antes de tomar a decisão de se submeter a tais procedimentos.

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