Janeiro chegou e, mais uma vez, discutimos questões relacionadas à visibilidade da pluralidade de gênero!
Aqui estão 7 dicas sobre como abordar a sexualidade do seu paciente:
Inicie a consulta se apresentando. O Português é um idioma rico no qual podemos flexionar em gênero substantivos, artigos e adjetivos. Aproveite para se apresentar flexionando sua profissão ou função de acordo com o gênero com o qual você se identifica. Por exemplo, “Oi, meu nome é fulano e sou o médico que vai te atender hoje.”
Evite adivinhar ou presumir o gênero da outra pessoa. Pergunte o que a trouxe até a consulta e observe como ela se refere a si mesma. Caso não haja flexão de gênero nas palavras utilizadas, pergunte: “Você se identifica com qual gênero?” Essas perguntas podem soar invasivas num primeiro momento, mas com o tempo, se tornam mais fluidas de serem feitas.
Obviamente, utilize pronomes e flexões de gênero de acordo com o gênero vivenciado pela pessoa que está sendo atendida.
Evite presumir também a orientação sexual e as práticas sexuais da pessoa que está sendo atendida! Pergunte, “Atualmente, você se relaciona com alguém? Quais práticas sexuais você faz?” A diversidade sexual compreende uma enorme gama de corpos e práticas sexuais. Perguntas abertas facilitam o acesso a essas informações.
Não se esqueça de oferecer a possibilidade de uso do nome social, caso a pessoa o possua! Lembre-se que não precisamos de nenhum documento para registrar esse nome no prontuário. O Nome Social DEVE estar em destaque para que outros profissionais que forem acolher essa pessoa no futuro também o utilizem de maneira correta.
Muitas vezes o paciente desconhece os meios para possível adequação do nome no cartório. Informe que essa possibilidade existe e que basta que essa pessoa busque um cartório com suas certidões originais e pague as taxas (que alguns estados exigem). A judicialização da troca de documentos pode também ser uma alternativa para pessoas com menos de 18 anos ou que não possam pagar a taxa de retificação.
Aprenda a pedir desculpas. Todos nós podemos cometer erros durante uma abordagem. Reconhecer nossas limitações nos ajuda a aprender com nossos erros.
Médico formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Formação em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Formação em Sexologista e Terapêuta Sexual pelo Programa de Estudos em Sexualidade (Prossex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HCFMUSP).
Mestre em ciências pela USP. Preceptor do internato em Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.
Professor na Universidade de Ribeirão Preto. Membro Titular do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual e de Identidade de Gênero de Ribeirão Preto.