Durante o processo de desenvolvimento sexual, uma complexa interação entre genes, hormônios e seus receptores determina a diferenciação de um indivíduo em sexo masculino ou feminino. No entanto, em algumas situações, ocorrem condições atípicas no desenvolvimento sexual, afetando os genes, ovários, testículos ou a genitália, o que é denominado de diferenças no desenvolvimento sexual ou intersexo.
Durante os dois primeiros meses de vida fetal, não é possível determinar com precisão o sexo do feto. Somente no início do terceiro mês é que os órgãos reprodutivos começam a se diferenciar. Quando ocorre uma alteração no desenvolvimento sexual, pode haver modificações na aparência dos genitais, que podem ser observadas no momento do nascimento ou em momentos posteriores da vida, como a puberdade ou mesmo na vida adulta.
Essas alterações no desenvolvimento genital podem ser causadas por uma virilização incompleta dos genitais masculinos ou por uma virilização inadequada dos genitais femininos.
Existem diversas causas que podem levar a essas condições, incluindo algumas que representam risco de vida, como é o caso da Hiperplasia Adrenal Congênita. Nesse caso, um bebê pode correr o risco de desidratação extrema se o diagnóstico não for feito prontamente.
É fundamental buscar o apoio de profissionais especializados, como endocrinologistas e equipes médicas multidisciplinares, para compreender melhor as implicações e opções de tratamento, além de receber suporte emocional e orientação adequada.
O conhecimento sobre as diferenças no desenvolvimento sexual e a intersexualidade contribui para a promoção de uma sociedade mais inclusiva, que respeita e valoriza a diversidade humana em todas as suas formas.
(Adaptação do Material elaborado na Divisão de Endocrinologia do Hospital das Clínicas e na disciplina de Endocrinologia da FMUSP Autores: Profa. Berenice B. Mendonça / Ana Fukui/ Carolina Reis Gaudêncio)