As curvaturas penianas são alterações anatômicas penianas identificadas no pênis durante o momento da ereção. São dois os tipos de curvaturas penianas, sendo elas: a curvatura peniana congênita e a doença de Peyronie.
A curvatura peniana congênita é uma condição onde o homem já nasce com a alteração, sendo uma patologia pouco frequente. Já na doença de Peyronie essa curvatura surge ao longo da vida, geralmente a partir da quinta e sexta décadas de vida, acometendo cerca de 9% dos homens com mais de 50 anos de idade.
A curvatura peniana congênita é causada por um hiperdesenvolvimento de um dos lados do pênis. Desse modo o tamanho do pênis desses pacientes é “avantajado”. Ao contrário da doença de Peyronie onde acontece uma inflamação na estrutura do pênis que após sua fase inflamatória, caracterizada pelo surgimento da curvatura e dor na ereção, irá ocasionar uma calcificação e retração peniana, que clinicamente se traduzirá em deformidade e encurtando o pênis.
O tratamento clínico na curvatura congênita não apresenta benefícios. Na doença de Peyronie, medicações por via oral tem pouco benefício e tratamentos com tração, ondas de choque de baixa intensidade e aplicações locais tem benefícios limitados e em situações específicas.
A avaliação pré-operatória da curvatura, com intuito do planejamento da cirúrgica, é realizada por meio de uma fotografia feita em casa ou então com uma ereção induzida em consultório, com ou sem ultrassom Doppler peniano.
Em ambas as alterações, o tratamento definitivo é cirúrgico e tem o objetivo de retificar o pênis, manter / restaurar a ereção e obter um tamanho de haste peniana que seja suficiente para manter uma atividade sexual penetrativa. O tratamento cirúrgico só é necessário quando a curvatura peniana traz prejuízo para a atividade sexual do paciente.
A correção da curvatura peniana congênita é feita através de cirurgias de plicatura peniana onde se encurta o lado longo do pênis, visto que a perda de tamanho peniano nesses casos não se traduz em um problema significativo. Já na curvatura da doença de Peyronie podemos lançar mão de procedimentos de plicatura do lado longo, enxertia do lado curto ou emprego de próteses penianas, associadas ou não aos enxertos, a depender da função erétil, tamanho peniano e gravidade da curvatura peniana. A cirurgia em doença de Peyronie só é realizada quando o paciente atinge a fase crônica da doença que é caracterizada pela estabilização da curvatura e ausência de dor na ereção por mais de 6 meses.
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